terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Uma festa acabou...

hoje pensei seriamente em te ligar. tá, não foi seriamente, mas pensei com muito carinho em você. eu sempre penso com todo o carinho do mundo em você, embora as regras sociais me indiquem que não deve ser assim. mas o querer bem a gente não escolhe, não tem razão, não precisa fazer sentido. embora sinta sua falta eu com certeza não saberia o que fazer com a sua presença. nosso passado é cinza, nossos presentes são distintos e nosso futuro provavelmente não inclui outro encontro.

sua falta se fez mais evidente quando outro dia vi um anúncio de uma empresa de transportes com um nome que eu jurava ser seu sobrenome. um filme passou na minha cabeça, e tive muita vontade de estar com você de novo. só estar, sem falar nada relevante, talvez rir como sempre rimos, fazer alguma dancinha debochada na noite paulistana, tomar qualquer drink pra conversa fluir melhor. me deu vontade até de ser triste perto de você, porque você sempre pareceu entender minhas fugas de mim, e minhas entradas e saídas e despedidas. mas te tenho como um espelho torto.

vivemos na mesma cidade, e nos vemos menos do que quando milhares de quilômetros nos separavam. aliás, não nos vemos. não sei da sua vida, mas sinto que ainda sei tão bem quem é você. não acho que voltaremos a tomar expresso atrás de expresso num café qualquer. não penso que tomaremos em segredo cervejas em são paulo num dia de semana qualquer, mas me vem uma sensação boa ao pensar que existe essa possibilidade, ainda que remota. é uma falta de não sei o que, porque nunca tivemos realmente um relacionamento próximo. talvez falta do que poderia ter sido.

no fim das contas, acho que tenho você como uma possibilidade, uma bela possibilidade congelada noutro tempo. você ficou em mim como uma linda fotografia de sorriso com olhinho sorrindo junto. e o cheiro que ficou é o daquele sabonete azul com o de cigarro. tudo muito nostálgico, mas não de uma forma trágica: é o tipo de nostalgia que me faz sorrir bobamente. é assim que eu te definiria em mim: um delicioso sorriso bobo.

se tudo fosse diferente, a gente passearia por feirinhas de antiguidade nos finais de semana e gastaria horrores com coisas inúteis, iríamos a shows presepada pra não lembrar das apresentações no outro dia, saborearíamos os melhores camarões e crepes e contra-filés, enfim, viveríamos aquela possibilidade de encontro. não deu. pena.

o tempo passou na janela e a gente nem viu. ilusões perdidas, sonhos inúteis, xícaras empoeiradas sem café de amanhã para ser servido – me sinto à vontade pra me dar ao luxo de ser feliz ao pensar você, que faz parte daquele algo que sempre faz falta, daquela ausência que sempre existirá e será sentida.

0 comentários: