terça-feira, 23 de março de 2010

você sai de perto, eu penso em homicídio, mas no fundo eu nem ligo.


Tão rápido como chegou, partiu. fogo-estrela cadente, piscar de olhos. sem marcas ou cicatrizes, sem lembranças ou esperanças. abraços frouxos, beijos ocos e palavras fajutas. é bom de vez em quando visitar o lado b das relações que nem chegam a ser relacionamentos: fast food pra saciar a fome, enganar a vontade e seguir mal nutrido.
Não adianta escrever, telefonar ou gritar. desculpa não é justificativa, e qualquer passo seu nesse sentido é perda de tempo e de energias. eu tenho um coração grande, gordo e derretido. eu sei perdoar e relevar, mas eu não quero. não agora, não você. vou fazer as coisas diferentes dessa vez. vou me preservar, me poupar, seguir adiante – não vou pagar pra ver. e por favor não escreve mais, não telefona outra vez, não grita de novo.
É claro que eu não queria que fosse assim. sempre prefiro o encontro ao desencontro, digo muito mais sins do que nãos e me deixo levar por sorrisos e canções. não, eu não tenho certeza de nada. só que dessa vez vou pegar o caminho da esquerda, aquele atalho, aquela descida. vou correr do seu amor porco, das suas meias verdades, de toda a sujeira travestida de carinho que você insiste em jogar no meu quintal. as suas xícaras sujas dos cafés da manhã ou da tarde não sou em quem vai lavar.
Agora não faz muito sentido saber que aí doeu, que não era nada daquilo ou que você vem pra me ver. eu não vou mais estar aqui. a casa vai estar vazia, a porta fechada e eu mergulhando num mar verde e quentinho há milhares de quilômetros daqui. engole suas frases feitas e aborta o plano das noites perfeitas. agora sou em quem te deixa com a mão estendida em espera. não preciso de bomba, de flit ou de qualquer outra arma branca. hoje pra você eu sou um não.

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