segunda-feira, 22 de março de 2010

tirou aquele sorriso bobo do rosto por um minuto.




Não desencanou depois de algumas noites de sono, até porque o sono não veio. não conseguiu não telefonar. não quis arriscar reticências passíveis de se tornarem o último ponto final daquela história. não pôde deixar a cabeça engolir o coração. não teve medo de enxergar o que todo mundo via. não teve preguiça de começar tudo de novo com mais um homem nem vontade de desistir desse homem por todas as outras disponíveis. não preferiu realizar um sonho com itinerário certo e ponto de chegada definido ao custo de sacrificar outro com rumos e caminhos desconhecidos. não respeitou aquela placa de pare que na verdade significava siga-em-frente-por-favor. não trocou a ponte hercílio luz pela tower bridge. não deixou que sua hesitação azedasse as coisas além do aceitável. não esperou a certeza que não brota do nada pra se mudar pra casa dela naquele dia mesmo. não teve que esperar muito pra que a certeza viesse. não demorou pra cair no ridículo do euteamo-eutambémteamo. não tirou aquele sorriso bobo do rosto por um minuto sequer desde. não sabe precisar o momento em que passou de solteiro/putão a quase-casado-muito-bem-amado. não vê explicação lógica pra esse descompasso num coração tão gasto, mas não quer outra coisa na vida. não, nada vai impedi-lo de viver cada segundo desse clichê com a devida intensidade.

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