terça-feira, 23 de março de 2010

Meus 18 anos de moço, that's not over!!!


Primeiro concluí o ensino médio. depois, comecei a engrossar as coxas com mais facilidade do que antes. quando me dei conta, passei a receber convites pra chás de panela das minhas amigas de infância - que eram, na verdade, pontos finais simbólicos às vidinhas desfrutáveis que elas levavam até então. agora, a coisa degringolou de vez: nas próximas férias em que voltar pra minha cidadezinha na capital paulista, o resto dos meus soldados de boteco estarão oficialmente perdidos. minha adolescência querida que os anos não trazem mais acabou e eu nem percebi.



Passaram-se dezoito anos desde que o mundo foi contemplado com minha morenice e, veja só, tenho a impressão de que mal comecei a crescer. o tempo voou e a tradição ocidental começa a se exibir diante de meus olhos: meus pares adquirindo fléts, assinando contrato com noras que escolheram pras senhoras suas mães e engordando a poupança pra educar as crincinhas catarrentas prestes a serem concebidas. as meninas encarnaram sem a menor vaidade, já não mostram a barriguinha não tão enxuta nem se preocupam com piastra ou depilação. nos meninos, a mudança é mais assustadora: estão em plena metamorfose rumo à forma tiozão-careca-barrigudo-bebedor-de-cerveja-com-os-amigos-do-futebol-de-sábado.




Mas calma aí! eu ainda sou muito jovem e não pretendo parar com a depilação enquanto tiver pêlos nem esconder minha (ainda plana) barriga. ademais, a vida sem baladinhas adolescentes ocasionais tende ao tédio. não que eu queira ser um ícone do anacronismo em meu círculo social de origem. até tenho um (nada) distinto senhor esforçado em me mostrar uma felicidade possível entre cama, mesa, banho e a até então sempre florida rotina dos casados e acredito que isso pode durar indefinidamente desde que dona amélia e tiozão-cintura-150 não se apossem de nossas vidas. só não vale chá de panela nem despedida de solteiro, que, bem sabemos, equivalem a um debute ao contrário, ou seja, o ocaso alegórico da vida social.






Mundo mundo vasto mundo... que eu tenha sempre essa lua e esse conhaque pra me botarem comovida como o diabo, porque me recuso a ter uma roda feminina de chimarrão como ápice da minha vida social. e agora, amigo? ora, nem tudo acabou, nem tudo fugiu, nem tudo mofou; ainda posso beber, ainda posso fumar, outros risos virão.

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