sexta-feira, 12 de março de 2010

iae? tem geito?


Ninguém aqui presta mas no momento atual você e eu é só o que resta então segue um pé atrás e o resto nessa quem sabe nós dois e mais dois é uma festa e já não tem por que ir devagar a gente sabe bem onde isso vai terminar.
um hiato, um respiro, uma pausa para o coração. o peito cicatrizado, mas ainda não pronto pra outro romance água com açúcar. gente disponível desfila num carrossel de… bom, de gente disponível sem a menor pretensão de não o ser. e você aí parado observando: entre partir e ficar, sempre decide ir, mas com hora certa pra se retirar. digam o que disserem, esse momento tem lá sua dignidade. é provar pra si mesmo que auto-suficiência existe sim senhor, e que há prazeres sem transcendência nem promessas. pele por pele, sexo por sexo, palavras vazias que não precisam machucar, num estado de completo desamor sem culpa.
ser avulso poder trazer as maiores delícias. você me olha, eu te olho, sabemos de que hoje não passa e não vemos mal algum nisso. com a objetividade de um neurocirurgião, vamos direto ao que interessa. sem rodeios, sem meias palavras. me beija, pega meu cabelo sob a nuca, me traz um arrepio, o primeiro de muitos. o tempo é curto e não haverá segunda chance. é agora ou nunca, numa roleta valendo sua noite de sono.
lava-me o tédio e te visto de volúpia. por uma noite tudo se resolve. amanhã não importa. é agora, é essa a hora de nossas vidas, que logo serão novamente duas vidas estranhas. é o corpo, é a carne, é ter outro ser vivo muito próximo sem ultrapassar qualquer barreira invisível pré-estabelecida. ou outros seres vivos, porque nessas horas o proibido é delgado, definido por simples sins e nãos, e num piscar de olhos pode avançar pra alguns metros além. e aí, quem sabe, mais um, mais dois, mais três… o convencional é do gosto de cada um, não do manual dos bons costumes – ainda que só por hoje.
cama pra dois, sem mesa, por favor. não me fale dos seus problemas. mostre só seu lado divertido. e não tenha pudores. convide, proponha, exponha o que quer que eu veja, e eu deixo transparecer só o que não nos coloque mais perto que a segurança de um par eventual. ao invés de “por quê”, “por que não”? felizes para sempre só até amanhã de manhã.

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