quinta-feira, 25 de março de 2010

Dirão meus lábios


(A vida tem me cobrado que atuar é necessário,
eu poderia ter mil dons. Ser ator não é um deles.)
Só é meu
o pais que trago dentro da alma
entro nele sem passaporte
como em minha casa
ele vê a minha tristeza
e a minha solidão me acalanta.
Me cobre com uma pedra perfumada
dentro de mim florecem jardins,
minhas flores são inventadas,
as ruas me pertencem,
mas não áh casas nas ruas
as casas foram destruidas des de a minha (in)fância,
os seus abitantes vagueiam no espaço,
a procura de um lar.
Instalam-se em minha alma
eis por que sorrio
quando mal brilha o meu sol, eu choro.
Como a chuva leve desta noite,
dirão meus lábios a mesma coisa que trago no peito.
Houve tempo em que eu tive duas caras,
tempo em que as panteras não éram negras.
Hoje em dia, quando me bate a solidão,
procuro parceiros nos travesseiros,
atras do qual se estendem muralhas,
onde dormem trovões extintos e relampagos perdidos,
sonhamos se dormimos e sonhamos quando acordados.

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