quarta-feira, 10 de março de 2010

Corações famintos

Eu amo, tu amas, ele nem tanto. acredito que amar é um dom. tem gente que simplesmente não nasceu pra isso. saber dar, ceder e dividir não é pra qualquer um, assim como não o são jantares à luz de velas, buquês de qualquer flor e dormir de colher (adoro essa expressão) sempre com a mesma pessoa. quer dizer, qualquer um pode isso, mas em nem todo mundo essas delicadezas atiçam as borboletas. se você não entendeu a qual sensação me refiro ainda não conheceu o amor romântico. meus pêsames. digo.romance hoje em dia é raro. ele simplesmente não floresce em grande parte das pessoas. e é esse o mundo em que os eternos amadores têm que viver. pra que romantismo se tem camisinha e pílula? pra que flores se tem sms? ora, francamente! pra que uma pessoa que pensa assim se aproximar de outras? melhor ficar só nos relacionamentos virtuais, sem cheiro nem temperatura; melhor assistir a um filminho de sexo; enfim, se for pra se guardar melhor então nem vir.o problema de ser um amante nato é ter que passar a maior parte da vida faminto. fome de gente, de afeto, do outro. fome de se dar, de amar completamente, de ver em significado cada respiro. com o passar do tempo e das inevitáveis decepções, não há love addicted que não procure uma bolha pra se esconder, pra evitar novas quedas. preferimos a fome ao tapa. escolhemos a secura de ser só pra não perder a esperança, um spa para corações obesos de bem-querer.eu sinto fome, tu sentes fome, ele é faminto e vamos muito bem, obrigada. saber quando não amar também é um dom. com esse eu não nasci, mas tô me esforçando. sem amor nem só a loucura. sem amor nem só a loucura. sem amor nem só a loucura. sem amor nem só a loucura.

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