quarta-feira, 24 de março de 2010

Cômodos enormes


Entendo meu amigo*. na hora de fantasiar, é mais interessante com os ex que com os atuais. pra ele, com a mão em vai e vem; pra mim, com as mãos passeando pelo CAPS LOCK (que fique claro).


O raciocínio é lógico: pra que só imaginar situações de qualquer natureza quando dá pra concretizá-las simplesmente passando a mão no telefone? pra que só pensar numa pessoa durante uma sessão de sexo solitário se é possível tê-la com você [em cima, em baixo, ao lado ou de costas, nham!]? pra que escrever sobre os pés de uma pessoa se você pode passar horas olhando pra eles e, dependendo dos ânimos, fazendo uma massagem com hidratante de mousse de maracujá?


Pros ex, a gente reserva pensamentos e palavras escritas; pros atuais, o corpo, a alma e palavras sussurradas ao pé do ouvido.


O que muita gente não entende, e que eu e o senhor ali no msn compreendemos muito bem, é que passado fica no passado. pelo menos no plano real. dentro de nossas cabecinhas, todo devaneio é válido, inclusive em relação a arquivo morto. sim, porque quando um relacionamento acaba pra valer, os escombros da relação demolida - lembranças boas e ruins - são automaticamente movidos pra pasta "game over" do coração.



Oras, assim como meu amigo passou noites e mais noites em claro brincando com as sortudas londrinas peladas, eu dediquei anos da minha vida e cômodos enormes do meu castelo pros meus antigos amores. eu, ele, você, a madonna, a dercy, todos nós temos mais é que revisitar essas histórias de vez em quando. pretérito perfeito ou imperfeito, cada um tem o seu e vai ser por ele acompanhado enquanto respirar (ou até que uma improvável amnésia o delete).

0 comentários: