segunda-feira, 22 de março de 2010

Clichê pós pé na bunda


Penso eu que as pessoas são muito parecidas em matéria de relacionamento. a reação a um pé-na-bunda levado de quem se ama, por exemplo, é o clichê dos clichês. se não, vejamos;


logo após o "i don't love you anymore. goodbye.", o deixado perde o rumo. desidrata de tanto chorar, tem a mais absoluta certeza de que o mundo acabou e de que NUNCA vai encontrar outro alguém tão maravilhoso quanto a pessoa que partiu (seu coração). são noites de sexta e sábado mofando em casa, sentimento de auto-piedade e perda total do amor próprio.


O manual da etiqueta dos descornados aconselha o sofredor a chorar sozinho e escondido entre travesseiros e edredons até passar a dor pra manter um mínimo de dignidade. entretanto, alguns amiguinhos burros insistem em ir atrás de seu alguém implorando por migalhas. bobagem. se a pessoa chegou ao ponto de tomar uma decisão assim, deve ter pensado bastante antes e não vai mudar de idéia por causa de um chôro - mesmo que sincero. pior que isso é amigo mal-educado: aquele que procura chamar a atenção de quem deu o pé através de violência, verbal ou não. esses acabam se afundando ainda mais, e merecidamente.


Esse período de tristeza profunda não tem duração determinada, mas acaba quando o apunhalado deixa de sentir pena de si mesmo e decide dançar com outros pares.


Seco o mar de lágrimas, começa a fase da putaria. muita sociabilidade, vida noturna intensa, porres (I)memoráveis e drogas em excesso, pra quem vê graça na coisa. nesse período, o abandonadinho fica mas fácil que puta de beira de estrada, já que nem cobra pra passar de cama em cama. é uma fase boa pra realizar fetiches, pra soltar um "eu quero fazer sexo com você(s)" praquelas pessoas que se deseja há tempos, enfim, pra sair completamente da casinha. tudo isso é uma forma inconsciente de recuperar a auto-estima, claro.


A fase deixem-me-ser-biscate! é extremamente prazerosa, e pode durar para todo o sempre - caso dos cafajestes incuráveis -, mas normalmente chega ao fim no momento em que o ex-sofredor percebe que o mundo tá cheio de gente interessante e especial, e que o grande amor perdido nem era tão grande assim. aí... bom, aí o coraçãozinho tá pronto pros sobressaltos de uma nova novela. É clichê ou não é, minha gente?

1 comentários:

Astridy Gurgel disse...

Oi Rafis
Adorei essa postagem. Poxa, já vivi tudo isto. Tanto choro, tanto sofrimento que poderia ter sido evitado, nem gosto de lembrar. Só não fui atrás da pessoa, mas a fase da galinha, eta, rolou sim kkkkkkk
Mas a gente amadurece e cai na real.
Estou adorando o seu blog. Muito gostoso de ler. Parabéns!
Beijos