quarta-feira, 10 de março de 2010

A arte do cinismo

meu olhar é falso, minha risada é de mentira, as atitudes são forjadas.



Cheia de graça é aquela de ipanema. Eu disfarço e me concentro pra atravessar cada dia com o bom-humor mais masoquista do mundo, mas ainda assim bom-humor. Me escondo atrás dessa máscara de euforia, incorporo o personagem e jogo todas as cores possíveis e imagináveis nessa tela cinza.Acho que é isso a felicidade: saber travestir os vazios de carnaval - ou seja, puro cinismo. Sim, porque não acredito que exista alguém pleno, completo e cem por cento realizado o tempo todo. Sempre tem um hiato, um não, uma ausência batendo no peito - sempre pesa um passado desviado ou um futuro inviável. O que varia de pessoa pra pessoa é a maneira de encarar e de lidar com o não ter / não ser. É aquela velha história: rir pra não chorar.Como disse um grande amigo meu [?], é melhor ser alegre que ser triste. Se é assim, enganemo-nos a nós mesmos, caríssimos! com risadas, olhares e brincadeiras capazes de convencer nossas almas fatigadas de que toda essa loucura vale a pena. De vez em quando dói, mas só naqueles breves momentos em que o cansaço ainda não se transformou em sono sem sonhos. Ou com sonhos que nos libertam.

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